domingo, 22 de dezembro de 2013

Transpiração.



Os ressentimentos não caem bem. Ficam pendendo no vão do ar. O vento de parapeito da existência. 

O suor da vida escorregadia deslizando no corpo. A inspiração transpira. Não sou mais que a barba. 

Para fins práticos, é impossível de se ignorar a ingenuidade dos pelos (a curva do rosto quase protegida). Em casos comuns, a maciez antepara as palavras: se embrenham na barba para saírem veludo. A inabilidade afável amansa. Nunca chegaria a ser amor, por isso. E quando o suor se perde, por uns segundos até pingar, o pescoço não suporta o peso. Amou-se muito e não amaram. A recusa palatável das separações e das saudades se explica, é claro. Não explica aproximação. Reconhece-se os papéis picados, no final.

Irrecusável, mesmo, só a incompreensão.

Um comentário:

  1. Adoro ler teus textos, como você bem já sabe. Me dá espaço pra fantasiar e me colocar no meio das palavras. : )

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