quinta-feira, 28 de julho de 2011

Irremediável Imperfeição.

Aquela amargura, sensação de grão de areia. Algo vem acontecendo no plano astral, ou qualquer , outro plano desses aí. E eu venho me apreendendo cada vez mais, embora o corpo (treme de frio, mas não sinto) não saia do quarto. A alma vaga, o corpo cansa. Venho mexendo em tudo que é canto, mas sa minhas coisas se moldam sozinhas. Elas não aceitaram o canto que as dei, mudam-se o tempo todo. Elas se põem em seus cantos. É tanta verdade, tanta mudança! É muito espaço, pra pouco eu. Vadiar por entre esses espaços, vácuos suspensos de pura energia potencial, me deixa atônito. Não que seja oco (tem a energia, como disse). Mas eu, sou eu que ando por ali, são meus passos que ouço, minha voz, é minha imagem que vejo. Esse poço frio, sem luar. Águas turvas, vento sujo e lento. Túrgido de ternura, me enfrento. Cumplicidade poética comigo mesmo. Preciso me buscar, imperfeito mesmo. Me fazer verbo intransitivo, quem sabe.
Essas coisas que se espaçam têm me consumido. Mergulhei nesse poço, é fundo e sem luar. Limbo estético provisório onde faço casa. Daqui de dentro, dá vontade de amar. Sério, isso! Os limites da minha lucidez estão com data de vencimento, posso ver já o horizonte meio trêmulo. Ah, não. São só os reflexos dessa água aqui, os ecos das explosões e implosões internas que viajam.
Mas quero que venha. Quero abrir essa casa de vez. Inaugurar meu novo habitar-me ao teu lado, sob esse poço sem teto, ou teto quebrado. Dizer do meu passado, do meu futuro incerto e do meu impossível hoje, o qual, soberano como é, auto intitula-se presente.


"No fim desses dias, encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem... "

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