sábado, 1 de outubro de 2011

Cup of Coffee.



Receitas de como ser feliz, livros de auto-ajuda e imperialismo estão à venda em todos os cantos possíveis. A prostituição da ação, irremediável? Que tipo de bula entregam pra esse tipo de coisa, esse tipo de gente? Afogo-me em xícaras de café. Forte e meio-amargo, de preferência. Jogar conversas acompanhado de um bom café abstrai e suspende toda e qualquer pendência deixada para esta hora. A vida em cigarros e cafés, em preto e branco mesmo, entra e sai a todo momento. Inverno também tem muito preto e branco, café esquenta, lá fora é frio. Algumas pretensões escapam em tragadas, outras são engolidas de uma vez, queimando a língua. Sei que entre cafés e cigarros e conversas, sintonias de preto e branco em corpos anônimos. O tráfico, a clandestinidade de quem vive preto-e-branco, cafés e cigarros. As brasas ainda queimam, a língua ainda queima. Dois tons que se tocam, se expandem e dão linhas. Lineares, nem tanto.  Expresso, duplo.  Duas cores solúveis, diluídos.  Espresso, espessa.  Algo de muito particular em dissolver duas cores tão epifânicas.  Inspiração, folha em branco, silêncio, noite. Preto branco inércia.

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