terça-feira, 18 de setembro de 2012

São Paulo III - Amores e Possíveis.


Há uma cidade entre as pessoas. Veloz e frenética. São Paulo é uma personagem. Eu respiro ofegante, contagiado pela intensidade absoluta que paira no ar. O dia começa cedo, a saudade de muito desatinando no peito e, como o rímel delineia os olhos, começa a delinear meu olhar. Minha insuspeita e profunda presença aqui, nesse 15° andar, meus rastros deixados no pequeno quarto onde estou. Meus passos nos desvãos do apartamento, o encontro com o amor em poucas horas. A necessidade de devorar essa presença incontestável, não-minha mas habitada dentro de cada traço meu. Amor estrangeiro. Desconhecido, sua desfaçatez assombra. Mas me entrego a isso, total e límpido. Apertado entre o peito e os braços, abraçar é angustiar. O vazio de Camille Claudel, escrito na porta da casa, escrito no meu corpo, na minha estante. E quando todas as linhas, do metrô ao corpo, lhe mostram o caminho, só resta a mim andá-lo, caminhante que sou..

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