quinta-feira, 20 de setembro de 2012

São Paulo V - A cidade vendida.

A cidade vendida, veículada na mídia, parece ser uma imagem distante do que se vê por aqui. Antes das oito da manhã, São Paulo fazia 20°, e a população do metrô se empurrava pra entrar. Desci a estação da Consolação desconsolado: uma multidão me engolia pra dentro das linhas férreas. Na estação do Tietê, me perdi. Cheguei no asfalto e fui seguindo as placas em direção ao Anhembi. Parei uma vez ou outra pra me perguntar: estou seguindo as placas, mas me sigo? Comecei a prestar atenção nos meus passos, como eu andava até lá. Apesar da calçada estreita da marginal, o espaço parecia largo. Mudava mais o olhar, do que os passos ou o tráfego do lado. No Parque, a sonolenta massa humana condensava o calor da cidade. O que se vende aqui é muito mais um espaço do que os modos. No fim da tarde, cruzei toda a Avenida Paulista a pé. Cansei o corpo, ansioso. Voltando pro apartamento, desci a rua sem tanta pressa. A cidade vende pressa. Vem depressa.

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